“A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la.”

(Cecília Meireles)

Desde o último dia vinte e três de setembro, nenhum de nós pode discordar do cantor Tim Maia, porque é chegada a estação mais bonita, colorida e perfumada do ano.
Este mês, o livro que abordaremos tem o título “Promessa é promessa” e nos conta a história da amizade primaveril entre uma marmota chamada Bruno e um Dente-de-Leão. Eles se conhecem logo que começa a primavera, quando Bruno acorda depois da hibernação do inverno (não é tautológico?). A amizade entre eles passa por diversas surpresas, graças às frequentes mudanças pelas quais a flor passa ao longo do tempo, aumentando cada vez mais o fascínio de Bruno pela sua amiga.
Com o começo do outono, a flor murcha, e a confiança de Bruno na promessa de Dente-de-Leão de que tudo voltaria a ficar bem começa a ficar abalada. Os meses vão passando, chega novamente a hora do longo sono de inverno da marmota e, após acordar, Bruno se depara com uma surpresa incrível.
O livro é uma boa oportunidade para apresentar palavras novas aos pequenos, como hibernação e polinização. Além disso, aborda a esperança e o desprendimento de si mesmo em vista de proporcionar o bem ao próximo.
Além disso, o livro ainda conta belíssimas ilustrações da artista Eve Tharlet.
Ainda na esteira das histórias envolvendo flores e primavera, hoje nossa resenha traz o combo “Leia 1 livro e assista 1 filme sem custo adicional”. rsrs
O livro “Promessa é Promessa” me recordou de uma animação chamada “Horton e o mundo dos Quem!” que certamente está entre os filmes infantis mais bonitos que já vi. No enredo, Horton é um elefante gentil, brincalhão e muito corajoso que faz uma incrível descoberta: numa microscópica partícula de poeira pousada sobre uma flor, vive uma cidade chamada Quemlândia. 
Os Quem, apesar de muito pequenos, são uma civilização organizada e independente – tanto que nem se imaginam minúsculos. Um dia, sem razão aparente, Horton consegue ouvir os murmúrios da Quemlândia e nota que existe vida habitando aquela frágil florzinha. 
Mas, eis o problema, apenas Horton percebe e reconhece isso. É então que começa a saga do elefantinho para proteger aquelas pessoas dos que ainda não compreendem aquelas vidas pequeninas, ou simplesmente não se importam com elas. No filme, em algumas cenas mais emblemáticas, o protagonista repete o mote:
“Pessoa é pessoa, não importa o quão pequena seja”.
Horton mostra que ele é grande e forte não só por seu tamanho físico, mas que ele é do tamanho das suas convicções, e que conhecer a verdade implica amá-la e defendê-la.
É um excelente filme. Bonito, divertido, emocionante e muito propício para enfrentarmos os desafios atuais, representados pela crescente onda de menosprezo que se volta contra a vida das pessoas invisíveis a olho nu, mas não aos do coração!

Elidária Rocha

Bibliotecária do Colégio do Bosque Mananciais

Formada em Biblioteconomia e Gestão pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

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