A tarde da terça-feira, 19 de março, vai ficar marcada na história da Unidade Mananciais. Como parte das comemorações alusivas ao Dia Internacional da Mulher, a direção trouxe para um bate-papo com as alunas e, depois, para uma palestra aberta ao público, a consultora da Organização das Nações Unidas (ONU) Amanda Amaral. Foi uma oportunidade inédita no Brasil para as participantes conhecerem a história de vida e as ações da estudante brasileira que, muito jovem, já foi uma das responsáveis pela criação, em dezembro do ano passado, pela Organização das Nações Unidas (ONU), do Dia Mundial da Educação, celebrado pela primeira vez em 24 de janeiro.

Amanda participou primeiro de uma roda de conversa com as turmas do 8º e 9º anos e da 1ª série do Ensino Médio. Ela contou a importância da vontade e da persistência para realizar os sonhos. “Nós, mulheres, temos um potencial incrível para conquistar as coisas, basta quebrarmos as barreiras que criamos”, disse ela. Quando decidiu estudar nos Estados Unidos, Amanda tinha como objetivo a Diplomacia e trabalhar em projetos da ONU. Mas não sabia como chegar até a instituição. Ao ser aprovada na Fordham College Lincoln Center, em New York (EUA), onde está concluindo a graduação dupla em Economia e Economia Política Internacional, com foco em Comunicação, já começou a se envolver em projetos sociais. Foi como diretora da Foundation for the Support of de UN, organização não governamental (ONG) que trabalha com questões humanitárias e de sustentabilidade ambiental que discursou durante a Assembléia Geral da ONU realizada no dia 30 de novembro de 2018, nos Estados Unidos, e que culminou com a criação do Dia Mundial da Educação. “Não foi fácil a adaptação à comida, à cultura, mas mantive os laços com os meus amigos e a família no Brasil, fiz novos laços, me envolvi em diversos projetos junto à ONU e quero muito que outras meninas tenham coragem de dar passos rumo ao seu objetivo de vida”, disse a estudante.

Após a conversa com as alunas, Amanda proferiu a palestra “A importância da Educação para o Desenvolvimento Sustentável” para o público em geral, para a equipe pedagógica da Unidade e para todas as alunas a partir do 6º ano. “Segundo a Unesco, dos mais de 750 milhões de analfabetos do mundo, 2/3 são mulheres e temos que trabalhar para mudar isso. A educação permite que as pessoas superem obstáculos, por isso trabalhamos por ela”, destacou. Ela contou que desde que estava no Ensino Fundamental II se envolveu em projetos para melhorar o meio em que estava e incentivou as alunas de Mananciais a fazerem o mesmo. “A sustentabilidade se constrói através de pequenos projetos na nossa escola, nossa vizinhança, nosso bairro”.

As palavras de Amanda foram inspiração tanto para as crianças e adolescentes presentes quanto para os adultos. “É bom ouvir a história de alguém que está na ONU fazendo algo que fará a diferença para a humanidade. Ela mostrou que é possível”, disse a estudante de Relações Internacionais, Amanda Cavali. Já Gabriela Beck Suss, de 21 anos, estudante de Farmácia, disse que a lição que fica é sempre “dar o seu máximo, não fazer apenas o básico”. Maria Fernanda Ribeiro, mãe da aluna Maria Luisa, do 7º ano, disse que a inspiração é a postura que a estudante tomou desde muito nova. “Desde a sala de aula ela se preocupou em desenvolver algo que ajudasse os outros. Essa é uma grande inspiração para as meninas”, disse.

A diretora da Unidade Mananciais, Ivone Patrão, resumiu em duas palavras a trajetória de Amanda: audácia e estudo. “E aqui em Mananciais trabalhamos para formar mulheres líderes que trarão impactos positivos para o mundo”.

Sobre o Dia Mundial da Educação – A Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou, em dezembro passado, o dia 24 de janeiro como o Dia Internacional da Educação. A meta é assinalar o papel da educação para a paz e o desenvolvimento. Com a instituição da data, os países se mobilizam e arrecadam recursos para viabilizar projetos que tenham como objetivo ampliar o acesso à Educação em todo o mundo. Segundo a Agência das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), sem educação inclusiva e equitativa de qualidade e oportunidades para todos, ao longo da vida, os países não conseguirão travar o ciclo de pobreza.