“Já estou começando a definir na minha cabeça o objetivo do meu projeto de pesquisa, provavelmente algo alternativo às esponjas de lavar louça, com acumule menos bactérias”, disse a aluna da 1ª série do Ensino Médio, Laureanny Melo Devai, de 14 anos, após participar da palestra em que duas estudantes contaram como o projeto científico que desenvolveram durante o Ensino Médio já está em processo de aprovação da patente. A ação fez parte de uma manhã de troca de ideias e experiências que aconteceu na sexta, 13 de março, na Unidade Mananciais do Colégio do Bosque Mananciais e que marcou o lançamento do Programa de Iniciação Científica da instituição. “As nossas alunas conheceram o cenário atual da representatividade feminina no campo das ciências e se sentiram incentivadas ainda mais em ingressar nessa área que ainda é predominantemente masculina”, disse a professora de Biologia Juliana Vidal, coordenadora do Programa.

A ação fez parte das comemorações da semana do Dia Internacional da Mulher (8/3) e teve o objetivo de incentivar a participação das meninas na Ciência através do conhecimento de ações de mulheres cientistas. As alunas do Ensino Médio participaram de uma palestra e uma roda de conversa com  a professora do Departamento de Química e Biologia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) Juliana Kloss, uma das colaboradoras do Programa “Meninas na Ciência”, da Universidade e com as estudantes Amanda Maloste e Jessica Burda. As duas, quando estavam no Ensino Médio, desenvolveram um projeto em parceria com a UTFPR. É a produção do SAMIS, um material sustentável utilizando o sabugo de milho, que substitui o uso de isopor para proteção de produtos eletroeletrônicos.

Toda a experiência delas no desenvolvimento do projeto foi compartilhada com as alunas de Mananciais. “Achava que era muito para mim, mas foi a melhor coisa que fiz na vida”, conta Jéssica, que foi convidada por Amanda ainda quando estava na 1ª série a desenvolver um projeto científico. A dupla se formou e, sob a orientação da professora Juliana Vidal, que então dava aula no colégio delas, desenvolveu o produto e já se destacou na feira de ciências do colégio e em várias que vieram na sequência. A participação em outro evento científico garantiu uma bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a parceria com a UTFPR para o aprimoramento do material. “Foram muitos testes e muitas falhas, mas aprendemos muito sobre persistência, solidadariedade e a importância do estudo”, conta Amanda, de 18 anos, hoje estudante do 1º período de Química na UTFPR. “Quero ser professora e pesquisadora”, planeja. Esse também é o projeto de vida de Jéssica. “Podemos transformar o mundo melhorando o que está à nossa volta”, conta a estudante, que teve inspiração para no trabalho na agricultura da sua família, em Campo Largo, para resolver tentar utilizar o sabugo de milho para desenvolver embalagens sustentáveis para eletroeletrônicos. Enquanto o isopor leva 150 anos para se decompor, o produto criado pelas meninas se decompõe em três meses. Com o projeto, elas participaram de vários eventos científicos nacionais e internacionais.

“Foi muito bom ver que adolescentes como nós podem ter um sonho, batalhar para conseguí-lo e realizar algo que realmente contribua para um mundo melhor”, disse a aluna da 2ª série do Ensino Médio do Colégio, Ana Beatriz Boesing. A partir da agora, as alunas que se inscreverem no Programa de Iniciação Científica terão orientação semanal com a professora Juliana Vidal e dedicação de mais algumas horas além do horário escolar para o desenvolvimento das ideias. Os projetos serão apresentados na Mostra Cultural do final deste ano, que terá como tema “As mulheres na Ciência” e envolverá toda a unidade.

Parceria - A parceria do Colégio com a UTFPR começou em 2019, quando as alunas do 4º ano do Ensino Fundamental participaram do Projeto  Meninas na Ciência, fizeram visitas aos laboratórios da UTFPR e depois apresentaram durante a Mostra Cultural, no final do ano, projetos científicos que contaram com o auxílio da professora Juliana Kloss e da sua equipe. “É muito bom ver nas alunas, desde pequenas, o interesse pela carreira científica”, afirma Juliana que, durante a palestra desta sexta-feira também enfocou a importância da participação das alunas nas olimpíadas do conhecimento na área científica.

Assessoria de Comunicação, 13/3/2020